Cenas literárias. Textos cenográficos. Relações improváveis entre futebol e culturas inúteis. Ou mera imaginação.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Deixa a carne e rói o osso


O primeiro jogo onde duas escolas de futebol se enfrentam. O vigor disciplinado do Uruguai contra a leveza hábil da França. O chega-junto contra o lança-na-corrida.

Tudo bem que a atual geração das duas seleções não chega a ser brilhante.

O Uruguai “viu a vó pela greta” nas eliminatórias. Foi disputar uma vaga na repescagem contra a péssima Costa Rica. Empatou uma e venceu a outra por pouco. Entrou na Copa da África pela porta do fundo.

A França foi na “taba da berada”. Também disputou a repescagem contra a Irlanda e ganhou na mão grande (sem trocadilhos). Fez feio e entrou na Copa da África pelo basculante da área de serviço.

Um jogo movimentado, onde os Les Bleus correram muito e o Pampas bateram como de costume. Nada mais.

No duelo entre o filet mignon e o bife de charque, faltou tempero. Foi um jogo sem sal.

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Em tempo: A melhor coisa do jogo foi escutar a orquestra tocando o hino da França. A Marselhesa é muito bonita.

Sangue no olho, pronto pra guerra


Um dos encantos exóticos da África do Sul é o comportamento quase tribal de seu povo, mesmo no século XXI. As imagens que temos visto mostram danças ancestrais em plena rua, canções pronunciadas em dialetos incompreensíveis, batuques que invocam deuses profanos.

Mas no dia da estréia, na hora do pega-pra-capar, essa brincadeira de carnaval com samba-enredo de macumba ficou séria.

Os jogadores sul-africanos, entre a preleção do vestiário e a entrada em campo, ficaram cantando e dançando no túnel que dava acesso ao campo. Coisa de tribo, mesmo! Essa história durou quase meia hora e os jogadores pareciam em hipnose coletiva, girando, cantando, com os olhos arregalados.

Nas arquibancadas, os torcedores pintavam os rostos com temas tribais. Parecia mesmo que iam pra guerra. As vuvuzelas soaram ininterruptamente, num zumbido uníssono que lembrava um ataque de abelhas hostis. Quem não soprava a corneta, a balançava como se fosse um tacape em riste. De olhos arregalados, sempre.

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Em tempo: A FIFA, na carona da tecnologia, inovou na transmissão dos jogos. Agora, são 32 câmeras, colocadas nos locais mais improváveis. Show! Tem uma tal de super-slow que é sensacional.

Todos os corações do mundo

Começou!