Cenas literárias. Textos cenográficos. Relações improváveis entre futebol e culturas inúteis. Ou mera imaginação.
domingo, 27 de junho de 2010
Arsenal completo
Eles estão melhores a cada jogo. Peligro!
A fartura na safra argentina permite a versatilidade individual. No dia em que um craque não está bem, um outro resolve.
Contra a Argentina, o perigo vem de todos os lados. Nas invasões de Messi e nos petardos de Verón, no faro de gol de Tevez e no oportunismo de Higuain, na velocidade da bola e na sorte da zaga.
A Argentina ganha no volume de jogo. Posse de bola, pressão na marcação, força física e talentos complementares.
São muitos recursos.
A Alemanha vem aí. Pode ser uma final antecipada.
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Em tempo: O México foi brilhante, Se não fosse a “mala suerte” nos sorteios e cruzamentos, poderia ir mais longe.
A fábrica de qualidade
Lá vem os alemães bons de bola, a Seleção Imperatriz, o futebol imperativo...Sim, quem manda aqui sou eu.
Os alemães vencem como se só soubessem fazer isso. Mostram-se melhores, mais vigorosos, mais frios, mais precisos. É uma escola de futebol dentre as mais competitivas, sempre. Foram 12 semifinais, 7 finais e 3 títulos. Uma história de muitas vitórias, em muitas gerações e épocas.
Sempre comparo os alemães a um carro Mercedez-Benz. Acho um exemplo que combina com o que vejo deles. Penso que a Mercedez não questiona a qualidade para montar seus carros. Ela procura fazer o perfeito e, se isso tem custo, vende pelo preço que vale. Nunca tive um, mas posso imaginar que quem paga fica feliz.
A Mercedez-Benz de hoje foi cor de platina. Impávida, segura e confortável.
O primeiro gol, depois de uma cobrança de tiro de meta, é como se fosse um esportivo que faz de 0 a 100km/h em 5 segundos. O atacante deu uma ombrada no zagueiro e chegou na frente, um carro possante, que simplesmente dispara, mas pára no lugar certo.
O quarto gol foi um contra ataque imperdoável. Um lançamento de 40 metros, um jogador que saiu do campo de defesa e voou como nunca e uma inteligência para fazer o certo que exige engrenagens eficientes. É uma curva a 200km/h debaixo de chuva. Os engenheiros alemães já pensaram nisso, fique tranqüilo.
Tem o Muller, que funciona como um computador de bordo dos melhores do mundo, uma conexão de sensores que pensam no gol. E o Ozïl é um turbo compressor que, quando acionado, sobe o giro do motor.
O fato é que depois de leves derrapagens na primeira fase, a Alemanha passou a curva da dúvida e está com a Argentina na reta. E o Klose tá no vácuo do Ronaldão (um Dojão nessa comparação).
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Em tempo: A Inglaterra teve uma saída digna. Depois dos tropeço e riscos da primeira fase, perdeu jogando bem. E o lance polêmico deu um certo alento aos Hooligans e aos Cavaleiros da Rainha.
O mundo da bola também gira
Intrigante o fato de que o confronto entre Alemanha e Inglaterra tenha recebido dois raios no mesmo lugar, 44 anos depois. Dois gols duvidosos e duas dúvidas parecidas. Duas bolas na trave que viraram discussão. Valeu ou não valeu?
Gana, força e tensão
O sobrevivente africano escapa de mais um bote. Os Estados Unidos vieram preparados para vencer o safári, mas perderam a caça.
Gana lutou pela sobrevida na copa e mostrou que nem de longe é uma presa inocente como as outras seleções africanas. Veloz e envolvente, não se recusou a disputar a partida na bola.
E foi a primeira prorrogação. O desgaste extra expôs o preparo de cada um para vencer o duelo. Resistir cansa.
Os americanos se sobressaíram na copa pela capacidade de ganhar no último round, com força física e vigor até o final. Os ganenses foram aguerridos por 120 minutos e o jogo ficou na linha do limite por muito tempo. Qualquer lance poderia ser definitivo.
Tenso como na selva.
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Em tempo: Duas seleções com boa passagem na Copa da África. Parabéns.
Boleadeira nas canelinhas
E lá vieram os coreanos... Bem intencionados, mas homens de pouca virtude na bola.
E lá foram os uruguaios... Bem organizados, com jogadores talentosos para resolver.
E os uruguaios jogaram a boleadeira nas canelinhas dos coreanos. Abate!
Boleadeira é um tipo de arma muito utilizada pelos vaqueiros dos pampas. Ela é lançada nos pés do animal enquanto ele corre, provocando a queda e possibilitando ao caçador ir ao local para matar o bicho.
Os coreanos correram. Os uruguaios jogaram.
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Em tempo: O Uruguai retomou sua tradição. Uma bela geração de jogadores.
Arbitragem, um cristão no coliseu
A arbitragem está sendo exposta ao maior risco que já existiu. Os problemas que surgem sobre as decisões do apito são resolvidos por nada menos que 32 câmeras de altíssima definição.
É como jogar um homem aos leões. É covardia e pode ter conseqüências irremediáveis.
É como jogar um homem aos leões. É covardia e pode ter conseqüências irremediáveis.
A FIFA é como o Vaticano
As polêmicas da arbitragem sempre incentivam a discussão sobre a tecnologia ou a mudança na regra do futebol. Aí chamam o João Havelange, o Joseph Blater, o Platini, o Dunga e outros cardeais pra falar sobre o assunto.
Tem papa que é mais moderninho, tem papa que é mais careta.
Tem papa que é mais moderninho, tem papa que é mais careta.
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